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A adoção
de filhos não se restringe ao estabelecimento de um vínculo de filiação ao se
utilizar da geração biológica de outras pessoas. Todos os filhos,
independentemente de sua ligação biológica, precisam ser adotados afetivamente
para se tornarem filhos reais. Dessa forma, os filhos nos dão prazeres e, às
vezes, são causa de angústias e sofrimentos que, neste livro, são descritos
como dores, que começam com as mães que geram e, por qualquer razão,
não podem ou não querem ficar com seus filhos.
A adoção
de crianças e adolescentes não está isenta de dificuldades no processo de
convivência com eles, mesmo que seja motivo de satisfação intensa, tanto para
os pais quanto para os filhos.
A
romantização da adoção de filhos não elimina as dores resultantes
das singularidades das pessoas que convivem em uma relação familiar. Tais
dores, entretanto, não invalidam o vínculo afetivo que se consolida através da
adoção.
Este
livro mostra que, existindo dores, será possível conviver com elas ou, ainda,
superá-las pela ligação afetiva que se constrói através da possibilidade do
amor incondicional. É, certamente, por essa razão que o autor conclui que “os
nossos amores são também as nossas dores”.